eu não sou de nada
e não escrevo sobre a fome
a desconheço
e se conhecesse não escreveria
comeria o lápis
a celulose
comeria as palavras
pois todas inúteis
inertes
servem ao nada
que sou eu diante do esforço
do passo não dado
do suor não derramado
que faria o pão
que mataria a fome
que não existiria para ser escrita sobre
juliana kumbartzki, hoje
06 fevereiro 2006
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Um comentário:
WOW
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