24 dezembro 2006

2006!

Estive tentando organizar minhas gavetas, meus armários e afins. E isso serviu pra que me desse conta do quanto meu ano foi intenso – como eu. Entre os achados e perdidos encontrei bilhetes e trabalhos de alunos, resumos de livros, lembranças de viagens, fotografias, presentes que ganhei e vestígios do que perdi. Sim, este foi um ano de muitas perdas – algumas irreparáveis – e de muitos ganhos. Muitos sorrisos e muitas lágrimas. Um ano de muitas fotos para guardar de recordação.

Nesse ano descobri o que eu quero fazer para o resto da minha vida. E descobri também que em mais um ano poderei mudar radicalmente de idéia. Essa sim, foi uma grande descoberta: o vento muda as marés e faz com que nossos destinos mudem de direção. E aprendi também que é importante contar com isso quando fizer novos planos. As rotas sempre podem ser alteradas e às vezes só nos damos conta disso quando é tarde para fazer a volta. Mas até isso pode ser interessante, porque nesse ano que passou aprendi também que, embora “esperar não seja saber”, as surpresas que os novos rumos nos reservam podem ser muito agradáveis. Mesmo que depois elas também sejam alteradas. É, no decorrer dos doze meses que se passaram, pude perceber como a vida é surpreendente! Como, em apenas um aninho, podemos passar por tantos aprendizados.

Mas fazendo um balanço desse ano, acho que ele começa a entrar pra lista dos mais positivos da minha vida até hoje. Vejo que fiz um bom trabalho com meus alunos e minhas colegas, alcancei objetivos traçados há tempos, conheci pessoas maravilhosas, me aproximei de outras que ajudaram a me transformar como pessoa e ganhei de presente outras tantas que guardarei bem dentro de mim, em local seco e arejado para que não criem bolor. Aprendi também a viver em paz com o que se passou em anos anteriores.

E acho que consegui ser completamente fiel aos meus sentimentos. Nesse ano comecei a descobrir quem eu sou, do que eu gosto, o que eu quero. E que não importa o quanto mude a maré, os planos, os rumos, as surpresas, meus “quereres” e “gostares”: se eu estiver inteira e em paz comigo, com meus sentimentos e com a minha verdade interna, conseguirei sair ilesa do olho do furacão. Fatalmente com alguns arranhões, uns mais fundos e outros nem tanto, marcas que servirão de lembrança e darão boas histórias pra contar nos próximos anos. Mas no fim, acho que conseguirei rir de todas elas; ou pelo menos olhá-las com carinho pela certeza dos frutos colhidos ainda que em meio a tempestades.

No fim das contas, concordo com o Drummond: “Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente”.

Seja bem-vindo, 2007!



Ila - 22 de dezembro de 2006.

18 dezembro 2006

o que me aflige é o não
que calado paira
a cicatriz
memória da ferida
ainda tenra e rubra
coça
permanece
perturba

o que me aflige é a dúvida
que lacuna a vida
a falta
vaziúra da fé
silenciosa e dormente
dói
constringe
espreita


o que me move é o sim
que calado paira
a tatuagem
memória do sorriso
ainda quente e úmido
consola
costura
abraça

o que me aflige é não estar segura
nunca
nowhere
ninguém

quero crer e por isso espero
quem sabe um dia
aqui
contigo

j
(não gostei deste escrito, um dia o revisito
o sentimento não gostei também, mas deste rasguei o endereço)

01 dezembro 2006

run 2006 run

{2006
corre seu filho da put*
senão te pego e acabo com a tua raça
e como sou compassiva
te dou um mês de vantagem
num mês sem falta
onde tu estiveres
te cuida comigo}

agressiva não, vingativa.
j